Refleções.(SucyxAkko)

 


Normalmente, era o hábito de Akko bater a porta do dormitório do Time Vermelho quando voltava das aulas.  As vezes, até Lotte, quando particularmente animada com alguma coisa, acabava quase arrancando aquela porta velha das dobradiças.

Mas Sucy provavelmente era a pessoa de quem menos se esperava. Então, naturalmente, Akko, que atualmente era o único presente dentro do dormitório, mais uma vez, por uma boa e velha coincidência, Lotte estava em seu local de leitura habitual no pátio da academia, ficou bastante assustado com o som da porta do dormitório quase voando fora de suas dobradiças.

— Ei, Sucy. — Akko comentou ao notar a presença da violeta. Sem resposta. A alquimista estava visivelmente curvada, então ela apenas passou mancando por Akko e foi até sua cama.— Tudo certo?—  A japonesa obteve sua resposta bem rápido, na forma de um gemido cansado de Sucy ao cair direto na cama. Bem, se Sucy repentinamente batendo a porta em frustração não surpreendeu Akko pelo menos um pouquinho, então a voz do filipino de cabelos malva ser qualquer outra coisa além de seu ronco inexpressivo de costume certamente o fez.


— Vamos, Sucy, diga-me. — disse Akko, parecendo um pouco preocupado. Sucy apenas lançou-lhe um daqueles habituais olhares mortíferos em resposta, e então continuou olhando para o teto, deitada de braços abertos em sua cama. A violeta tinha ... Razões mistas para não contar a Akko. Claro, a parte racional dela apenas esperava que Akko se cansasse disso, com seu temperamento explosivo, e parasse de importunar o alquimista. A outra parte ... Só não queria que ela se envolvesse nos esforços de Sucy.

Afinal, o principal motivo pelo qual Sucy veio para a academia não foi para estudar, mas para rastrear a origem de uma determinada toxina usando os ingredientes e equipamentos oferecidos pelo local. Ela apelidou a toxina de "A Marca de Nascença", pois o pequeno frasco contendo o fluido altamente tóxico era uma das poucas coisas que restou em seu caminho naquela época, quando ela foi abandonada na porta de um orfanato quando era criança. Ela não tinha dúvidas de que seus pais, fossem quem fossem, só queriam que parecesse um acidente - afinal, deixar venenos nas proximidades de uma criança está longe de ser uma coisa sensata a fazer a menos que você os queira mortos. 

Uma pena para esses idiotas que ela fosse mais inteligente do que isso.

— Tive um dia cansativo, só. Deixe-me em paz por enquanto. E além disso — Outro brilho. — Você não tem nenhum dever de casa para terminar?

No entanto, com o passar do tempo, Sucy sentiu que tinha outros motivos para permanecer na academia. Primeiro, havia o propósito óbvio, o estudo, apesar de todas as suas proezas alquímicas, ela reconhecidamente carecia em outras áreas sem o voo de vassoura e a adivinhação. Em segundo lugar, este lugar tinha uma segurança tão ruim que sua biblioteca e armazenamento alquímico eram basicamente minas de ouro de livros e ingredientes de alquimia, respectivamente! Como ela poderia dizer "não" a isso?

— Agora que você mencionou ... Bem, eu realmente não posso fazer muito sem você ou Lotte me ajudando em alguns momentos que eu luto com frequência, você sabe...

— Achei isso.

E o terceiro motivo, que levou até um ano depois para perceber ... Foi Akko. Aquela morena era um pouco irritante às vezes, claro, mas Sucy poderia jurar que Akko era a melhor namorada que ela poderia ter - mesmo que ela fosse, ironicamente, o tipo de pessoa de quem ela geralmente não gostava. Era como se Akko fosse uma espécie de caso especial, já que sua alegria, embora reconhecidamente um pouco dolorosa no quinto ponto de contato no início, era algo a que a violeta se acostumava e achava charmosa em sua própria maneira única. E, além disso, Akko era uma cobaia bastante disposta para os experimentos de Sucy, então era isso.

— Tudo bem então. Para você, coelho, eu acho que posso superar minha fadiga.— a violeta comentou, levantando-se da cama e indo até a mesa onde ela e Akko geralmente trabalhavam na parte escrita de seus deveres de casa.

Claro, as duas tiveram um começo bastante difícil, afinal, atirar um bando de cobras falsas em alguém não é realmente a melhor maneira de se apresentar a elas - e na maior parte do ano elas tiveram momentos ocasionais de brigas, ou pegadinhas em Akko saindo do controle ...

E havia a parte da qual Sucy não tinha orgulho - o tempo em que Sucy e Akko ficaram bem distantes um do outro, devido a este último terminar em algum tipo de aventura para restaurar a magia para o mundo inteiro. Pior ainda, como resultado, Akko passava muito tempo com uma certa loira esnobe, o que irritou Sucy como se não houvesse amanhã, por razões que ela ainda não entendia naquela época. O que não ajudava era o quão estranhamente próximas as duas garotas pareciam, com Sucy quase enterrando completamente seus sentimentos por Akko porque ela sentia que nunca teria nenhuma chance com ela. Se não fosse por elas manterem contato durante as férias de verão ...

O dever de casa foi feito muito mais rápido do que Sucy estimou,  era irônico como, embora a presença de Sucy normalmente distraísse Akko de seu trabalho, ela conseguia se sair muito bem e não perder muito tempo se desviando. De certa forma, a violeta sentia orgulho de sua alegre namorada.

De volta às férias de verão ... Sucy teve que ficar em Luna Nova, principalmente porque ela não tinha nenhum outro lugar para ir, mas pelo lado bom das coisas, a comunicação baseada em bola de cristal ainda era perfeitamente utilizável, já que Lotte deu a Akko um bola de cristal sobressalente para esse propósito exato. E durante as férias de verão, Sucy tinha todo o tempo que queria para conversar com Akko, apesar de geralmente não ser do tipo falante. Ao longo de todas essas sessões de bate-papo constantes, Sucy reafirmou ainda mais seus sentimentos. Engraçado como relacionamentos à distância funcionam às vezes ...

— Uau! Estou acabada ...— Akko comentou enquanto fechava o livro com força total.

— Você vai deixar a prática do feitiço para mais tarde, como sempre? — Sucy perguntou, um pouco cético.

E bastou até o próximo ano de estudos, até o início de setembro, para que a violeta admitisse seus sentimentos em relação a Akko. Ou melhor, foi Akko quem admitiu seus sentimentos por Sucy, para surpresa de todos. No entanto, como os sentimentos eram mútuos, tudo correu muito melhor do que Sucy esperava.

—Bem, você provavelmente ainda está se sentindo cansado como o inferno a partir de hoje, e tenho certeza de que a prática do feitiço provavelmente acabaria com nós dois. Você não acha que seria melhor nos aninharmos em sua cama por um tempinho? — Depois de perceber o que ela disse, o rosto de Akko ficou vermelho como uma beterraba enquanto ela elaborava: Você sabe, o tipo de carinho inocente.

— Na verdade ... eu estava me perguntando se você gostaria de fazer um vôo rápido pelo interior. — Sucy respondeu, colocando a mão sobre a de Akko. — Talvez pudéssemos até visitar nosso mirante favorito também."

— Ah, na hora certa também! O sol vai se pôr logo, então é melhor nos apressarmos! Imagine você e eu, lá fora, não uma alma por quilômetros, mas nós assistindo o pôr do sol e nos beijando. Isso vai ser tão legal e romântico! — A japonesa comentou animada, correndo para pegar as vassouras dela e de Sucy e deixando Sucy com seus pensamentos por enquanto.

— Nunca tive o apelo de assistir o pôr do sol, para ser honesto.

As duas estava sentada em silêncio no parapeito de pedra de uma ponte de paralelepípedos muito familiar, olhando para o horizonte e observando o pôr do sol. Ou melhor, Akko era quem estava observando, Sucy estava olhando para sua namorada, observando para si mesma o quão bonita a morena parecia na luz do sol poente, enquanto parecia enfatizar aquele brilho inconfundível de excitação e alegria nos olhos de Akko ainda mais.

Ok, Sucy estava pronta para retirar suas palavras depois disso. Afinal de contas, havia realmente um certo apelo em assistir o pôr do sol. E com o cabelo de Akko balançando na brisa quente do início do outono, ela reafirmou esses pensamentos ainda mais, corando ainda mais do que já estava.

— Bem, eu gosto de pensar que não é realmente sobre o pôr do sol propriamente dito ...— E Akko certamente elaborou a trilha de pensamento de Sucy, fazendo a violeta se perguntar se o efeito residual da época em que elss estavam treinando em feitiços de telepatia ainda persistia. —Mas, tipo, é tudo sobre como você está aí sozinho com quem você ama, sabe? Esse tipo de coisa.

A única resposta de Sucy foi um aceno discreto.

—De qualquer forma ... ainda temos a parte do beijo sobrando.— A morena comentou, tirando Sucy um pouco de seu pensamento e fazendo seu rosto ficar o mais vermelho possível com a pele geralmente pálida da filipina. No entanto, a violeta não precisa responder com palavras, enquanto se estica para beijar Akko, com a bruxa asiática puxando a franja lilás de Sucy para o lado enquanto ela se entrega ao beijo.

Foram esses os momentos que deixaram Sucy saber que ela fez a escolha certa.



The End.


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