Eu nunca vou te perdoar
Homura estava de pé.
Parecia impossível. Não apenas ela estava viva, ela mal estava ferida. Depois da batalha onde ela deveria ter morrido.
Por outro lado, a garota que a salvou não teve tanta sorte, apoiando-se nela. Mas não por muito tempo. Suas feridas já estavam curando. Afinal, essa era a sua magia.
Homura não perdeu tempo planejando o futuro além dos loops. Por que ela deveria? Talvez no início, nas primeiras voltas, ela acreditou que poderia simplesmente salvar Madoka e então continuar vivendo como sua amiga depois. Mas à medida que ela aprendia mais sobre garotas mágicas e ficava mais distante da garota ingênua que significava tudo para ela, mas não conseguia nem lembrar o nome de Homura até que ela fosse apresentada novamente naquela sala de aula, aquela esperança se desvaneceu. Ela já havia desistido de sua vida por seu desejo. Tudo o que importava era cumpri-lo. O que veio depois não valia a pena pensar. Não havia nada lá para ela.
Então, quando seus anos no loop chegaram ao fim e seu poder de viagem no tempo desapareceu, ela se viu perdida. Sem outras opções, ela fez a única coisa que lhe restava: ela lutou. Não era um mundo que ela amava. Não era nem mesmo um mundo de que ela realmente gostasse. Mas era o mundo que Madoka havia se entregado para salvar, então Homura o protegeria.
Mas ela estava muito acostumada com seus antigos poderes. Ela poderia ter uma nova arma, mas ela não conseguia parar o tempo mais. E então ela se meteu em uma situação ruim, cercada por muitos fantasmas para eliminar, sem nenhuma maneira de escapar
Naquele momento, ela aceitou sua morte. Sinceramente, ela gostou disso. Finalmente, sua luta acabou. Ela queimaria toda a sua magia, e então ela seria capaz de encontrar Madoka novamente, finalmente. Não mais vagando neste mundo que era tão vazio para ela.
Então ela liberou sua magia, explodindo nos espectros ao seu redor com flechas gigantes enquanto eles se aproximavam dela. E assim que sua gema da alma começou a piscar, e os fantasmas restantes se aproximaram ...
Foi quando Sayaka apareceu.
Sayaka, que lhe dera cubos de luto. Sayaka, que derrotou os fantasmas restantes. Sayaka, que foi ferida no processo, coberta de cortes e pingando sangue.
- Por que você interferiu?
Sayaka já estava se endireitando, o último de seus cortes se consertando.
- Interferir? - Sayaka perguntou, dando a ela um sorriso torto e cansado. - A maioria das pessoas chamaria de salvar você
- Isso não responde à pergunta.
Sayaka suspirou, colocando as mãos atrás da cabeça e chutando o pé enquanto girava nos calcanhares, sem olhar nos olhos de Homura.
- Eu só não queria ver você morrer, só isso.
- Então você poderia ter olhado para o outro lado.
Sayaka riu.
- Caramba, você não é muito ingrata, hein? - ela encolheu os ombros casualmente, ainda de costas para ela. - Não é isso que eu quero dizer. Eu não quero que você morra, Homura. Mesmo que eu não veja no momento.
- Você não tem nenhum motivo para se importar se eu vivo ou morro - Homura disse friamente. Ela não se incomodou em construir relacionamentos com ninguém neste mundo. Por que ela deveria? Nenhum deles jamais entenderia. Nenhum deles se lembrava de Madoka. Nenhum deles entendeu o sacrifício de Madoka. As coisas estavam do jeito que sempre foram, pelo que eles sabiam.
- Claro que sim - Sayaka disse suavemente. - Já que eu te amo.
O coração de Homura apertou em seu peito. As palavras se acomodaram em seus ombros como um jugo, esmagando-a sob seu peso. Eles eram muito pesados. Havia muito peso neles. Muito investimento em uma pessoa como ela.
- Não me sinto confortável em ser amada - ela disse, as palavras escapando de seus lábios antes que ela pudesse alterá-las, antes que pudesse transformá-las em punhais para afastar Sayaka. Eles se espalharam não refinados, em carne viva com a dor que os causou.
- Isso é muito triste - Sayaka disse, sua voz melancólica. - Trágico, até.
Ela se virou para encarar Homura, olhando para ela por cima do ombro, e a dor em seu sorrisinho triste era mais profunda do que quando ela foi cortada em tiras por espectros.
- Mas eu também.
Ela riu de novo, mas não havia nem mesmo a sugestão de alegria nisso. Era uma coisa triste zombar de si mesma mais do que qualquer outra coisa.
-Fiquei tão feliz quando você não disse que me amava também, sabia disso? - ela disse. - Isso não é confuso? O fato de você nem mesmo gostar de mim torna tudo muito mais fácil. - Ela agarrou seu ombro com força. - Eu só ... Só sobrevivi à última luta quando ainda estava trabalhando com a Mami e a Kyoko porque descobri o segredo. Você já sabe, não é? Isso ... elas estamos mortos. Que a joia da nossa alma é a única parte de nós que ainda é real.
Ela olhou para o céu, fechando os olhos.
- Então é mais fácil se eu não tiver que pensar se posso ser amada. Se está tudo bem para alguém se contentar com algo como eu. Me desculpe. Mas vou te amar unilateralmente por um tempo.
Homura olhava para a nuca de Sayaka. Para esta garota que a segurou na ponta da espada. Que se transformou em uma bruxa e tentou matá-la tantas vezes. Que ela atirou, que explodiu, que matou quando caiu e se tornou uma bruxa. Nessa garota que a impediu de encontrar Madoka novamente. E então a acorrentou com suas palavras pesadas.
- Sayaka Miki .. - ela disse, fechando os olhos: Você me salvou. - Ela abriu os olhos e olhou para seu salvador. - E eu nunca vou te perdoar.
The End.
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