Sob o Sol

 Os olhos de Hanna se encheram de preocupação. 

- Bárbara, você é minha melhor amiga.

- E você é minha respondeu Bárbara.

- Você sabe quanto eu me importo com você?

- Nunca tive tanta certeza de nada.

- Então você sabe que eu não quero ofender quando pergunto o que diabos você está fazendo?

Bárbara estava agachada sob o parapeito de uma janela, praticamente rente à parede. Quando Hanna a encontrou, ela estava tentando dançar ao longo da parede enquanto se movia o menos possível. Ela parecia absolutamente ridícula, que é o tipo de coisa que se espera de Akko, não de alguém tão estimado como Barbara Parker

- É uma longa história - disse Barbara timidamente.

- Tem trezentos e sessenta e cinco volumes? - Hannah perguntou incisivamente.

Bárbara corou com sua própria previsibilidade. 

- Lotte e eu estávamos conversando sobre Nightfall e como deve ser difícil viver como um vampiro. Lotte apontou que os vampiros queimam sob a luz solar direta, então eles não estariam seguros mesmo dentro de casa por causa das janelas , tão...

- Então agora você está se esgueirando pelo castelo fazendo coisas assim? -Hanna sorriu maliciosamente. - Essa é uma maneira única de passar um sábado. Bem, quem entre nós não fez algo bobo por uma garota?

- Ei!!! não é assim! - Bárbara disse a Hanna várias vezes que seus sentimentos por Lotte eram estritamente platônicos, mas sua melhor amiga não acreditava nisso.

Bárbara foi poupada de outro interrogatório sobre o assunto com o reaparecimento de Lotte.

 - Estou de volta!" ela disse redundantemente. - Oh, olá, Hanna! - 

- Oi, Lotte - disse Hanna. - Como está o papel do vampiro?

- Está indo bem! - Lotte ajustou os óculos. - Não previmos como a hora do dia e a localização afetariam as coisas. A posição do sol não era tanto um problema ao meio-dia, mas logo teremos um problema com as janelas do oeste daqui a pouco . 

- É assim mesmo? -  Hannah sorriu ao observar a reação de admiração de Bárbara à análise de Lotte. Como Hannah sempre a lembrava, Barbara sentia-se extremamente atraída pela inteligência, que Lotte possuía em massa. - Bem, vou deixar você com isso.-  Para Barbara, ela murmurou: Vá buscá-la!

- Não é assim - Bárbara murmurou enquanto Hannah se afastava.

- O que é isso? - Lotte perguntou?

- Nada! Você teve sua folga, agora desça aqui e sofra comigo. Acho que estou ficando com cãibras.

Sem mais delongas, Barbara e Lotte retomaram o projeto. Eles se esgueiraram ao longo das paredes e se esgueiraram sob as janelas para evitar os raios mortais do sol (mortais para os vampiros, de qualquer maneira), fazendo anotações apressadas sobre suas experiências e a logística de tempo e direção.

- Não admira que os vampiros prefiram dormir durante o dia! - Lotte se pressionou contra a parede, arrastando os pés lentamente para se certificar de que seus pés não tocassem a luz do sol que entrava pela janela oposta.

- E você se perguntou por que eu sempre disse que não gostaria de ser um vampiro - disse Barbara. Embora ela não quisesse ir tão longe para evitar a luz do sol, ela não se importava em ficar tão perto de Lotte. Então, quando Lotte avançou ao longo da parede, sua mão roçou na de Barbara. Ela esperava que Lotte puxasse sua mão, mas a garota de óculos parecia contente por ter suas mãos se tocando. Quando ela percebeu isso, Barbara estremeceu involuntariamente.

- Algo está errado? - Lotte perguntou.

"Eu, uh, acho que aquela cãibra que mencionei está voltando a aparecer", mentiu Bárbara.

Lotte se ofereceu para assumir a liderança para que Barbara pudesse relaxar. Na verdade, Barbara não fez isso. Seus pensamentos estavam confusos, girando em torno de Lotte e como era extraordinariamente agradável estar perto dela, estar perto dela, tocá-la ...

Bárbara tentou não pensar nisso quando eles se esgueiraram contra as paredes. Ela tentou manter distância, mas Lotte continuou atraindo-a como um pólo magnético. Sua mão vacilou perto da de Lotte, lutando contra o desejo de segurá-la. Ela não queria admitir, mas talvez Hannah tivesse razão, talvez ela realmente tivesse sentimentos ...

- Essa vai ser difícil -  disse Lotte, apontando para uma janela ampla e um raio de sol laranja saindo dela. - Nós podemos fazer isso, Bárbara!

Bárbara acenou com a cabeça nervosamente. Ela não apenas teria que se agachar ao lado de Lotte, como também ficaria nessa posição por um bom tempo. Ela não tinha certeza se ela poderia lidar com isso.

Com certeza, eles não estavam na metade do caminho quando Bárbara começou a ter problemas. Ela fez uma pausa. Ela estava extremamente autoconsciente de seu corpo ao lado do de Lotte. Se ao menos ela pudesse ficar com Lotte assim, em vez de seguir em frente, se ao menos tivesse a coragem de abraçar Lotte. Mas ela não conseguia ficar parada, ela precisava seguir em frente. Ela parou de hesitar e seguiu Lotte ao longo da parede.

Infelizmente, Lotte escolheu esse momento para fazer uma pequena pausa. Barbara deu um salto para a frente e eles colidiram. Seu rosto se chocou contra o pescoço de Lotte. Especificamente, seus lábios tocaram a pele macia. Lotte soltou um guincho e caiu no chão em uma bagunça confusa. Bárbara se saiu melhor, conseguindo se segurar apoiando-se nos braços. Ela acabou se ajoelhando sobre Lotte em uma situação bastante comprometedora - graças a Deus a maioria dos alunos da Luna Nova tinha coisas melhores para fazer em uma tarde de sábado do que atravessar o corredor do quarto andar.

- Você está bem? -  Lotte perguntou.

Bárbara não conseguiu evitar o riso.

- Por que você está perguntando isso? Você é o único no chão.

- Você está estremecendo.

- O sol está refletindo em seus óculos.

- Oh. Estou feliz que você esteja bem.- Lotte sorriu.

Bárbara olhou para ela e sorriu de volta. Ela poderia ter desviado os olhos para evitar o brilho do sol, mas estava relutante em parar de olhar para Lotte. Bárbara não sabia dizer o que estava mais claro, o sol refletindo nos óculos de Lotte ou o sorriso de sua paixão.


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