uma imagem completa


Narrador On.

Karin tem cinco anos e está agachada no chão, rabiscando com grande concentração o pedaço de papel colocado na frente do papel. Cores diferentes pontilham a pele de suas mãos, passando pelos braços até os ombros. Sua mãe está ajoelhada ao lado dela, olhando por cima de sua arte. Há uma certa exaustão em seus olhos que a garota não consegue reconhecer, mas sorri cada vez que Karin olha para ela. Ela cheira a lírios. O pai dela está no outro quarto, cantarolando alguma música que ela não conhece. É fraco, mas alto o suficiente para abafar as vozes do lado de fora.
A menina toma muito cuidado com o lápis, colorindo com uma cor vermelha brilhante sobre as cabeças das três figuras em seu desenho.
Ela se recosta e pega o papel, voltado para a mãe.
—Como está? — Seus olhos excitados procuram a mesma excitação em sua mãe.
— É lindo, flor — diz ela, o sorriso crescendo mais largo enquanto ela dá um tapinha no topo da cabeça de Karin. — Parece maravilhoso. — sorriu.
— Olha, estamos tão felizes aqui!—  Karin apita, trazendo o papel para baixo. — Você, eu, papai. Agora eu só tenho que desenhar a nossa casa nas costas. Isso vai ficar legal? — perguntou.
Sua mãe acena com a cabeça.
— Sim. Sim seria ótimo. — sorriu.
Karin se volta para sua caixa de cores, vasculhando os lápis para procurar algo que combine com a cor de sua pequena casa. Ela pega o marrom e desenha uma longa linha atrás da menor figura dos três, quando de repente um forte estrondo é ouvido pela porta da frente.
Ela ouve a mãe ofegar e olha para cima, assustada. O lápis cai da mão dela, deixando uma marca perdida no papel.
— Ma ...?— Tudo acontece tão rápido que Karin não consegue entender o que se segue nos próximos momentos. Sua mãe puxa seu braço com firmeza e traz seu pequeno corpo para ela. Karin não consegue ver o que está acontecendo, seu rosto enterrado no abraço frio de sua mãe. Ela ouve seu pai gritando lá fora, coisas que ela não consegue entender. Sua mãe está tremendo e ela também. Tudo é de repente muito alto e muito assustador. Ela tenta falar, mas tudo o que sai é um soluço. Agora há muitas pessoas más em sua pequena casa, e isso a faz chorar.
Alguém a puxa para longe de sua mãe asperamente, e ela grita, tentando alcançá-la. Ela cai no chão, olhando para as armas afiadas apontando para ela e sua mãe. Sua mão pousa em outra coisa o desenho dela. Sua visão ainda turva de lágrimas, ela tenta puxar o papel para ela. Sobre todos os gritos e gritos e a cor vermelha brilhante dominando sua visão, ela tenta trazer o pedaço de papel para ela, mas alguém está pisando nele.
O papel rasga.


QUEBRA DE TEMPO

Sua filha, agora com cinco anos, está agachada no chão sobre o pedaço de papel que ela desenha. Ela toma muito cuidado ao colorir o cabelo vermelho pertencente a uma das três figuras da foto. Karin a observa com grande interesse do sofá enquanto a garota preenche a página em branco com cores. Sua esposa está ao lado dela, tricotando um lenço vermelho. Ela cheira a flores de cerejeira. Um sabão diário está tocando na TV ao fundo, abafando o som da chuva.
— Como é isso, mamãe? — perguntou.
O papel é trazido para a visão completa de Karin e ela estuda isso por um tempo. Uma criança com cabelo escuro, de mãos dadas com uma mulher ruiva e ruiva. Eles estão em pé na frente de uma casa, sem outras características visíveis em seus rostos, exceto seus grandes sorrisos.
Algo alcança Karin das profundezas de suas memórias. É uma sensação doce amarga, mas ela de alguma forma engole, sorrindo enquanto pega o papel de sua filha, levando a imagem para dentro. Ela fica em silêncio por algum tempo, não entendendo os sentimentos que esse desenho traz para ela.
Depois de algum tempo, Sakura se desloca ao lado dela, abaixando a lã e inclinando-se para dar uma olhada no próprio desenho.
— É lindo — diz ela e coloca a mão levemente no joelho de Karin. — Certo, querida?  — perguntou.
Karin olha para Sakura e depois para o papel. As estranhas emoções são imediatamente substituídas por um sentimento mais quente quando ela olha para a família na foto. As cores brilhantes, o jeito desalinhado que as linhas foram desenhadas por aquelas mãos pequenas ... Karin sorri.
Ela olha para Sarada, que franze o nariz e levanta os óculos, olhando para a mãe com expectativa.
— É ... linda — Karin finalmente diz, sua voz mais pesada que o normal. Sua filha sorri em resposta. — É tão bonito. — sorriu.

The End.


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