O que você estra tramando?
Sucy não está tramando nada de bom... ou está?
-Oh, olá Sucy, você esteve um tempo em Blytonbury!- disse Lotte quando sua amiga entrou no dormitório, segurando sacolas de compras volumosas. -Que coisas horríveis você estava procurando desta vez? Ou não quero saber?-
Sucy sorriu, embora Lotte não pudesse deixar de notar que a malícia em seu rosto não era tão intensa quanto de costume. -Oh, você definitivamente não quer saber. Coisas horríveis, acho que até Lukic teria um acesso de raiva se as visse. Ela riu.
A finlandesa revirou os olhos. -Honestamente, Sucy, eu gosto de você, mas eu gostaria que você tivesse um hobby mais saudável, às vezes.- ela suspirou. -Não pode ser bom para você, mexer com... com...-
Ela olhou para a sacola de compras de Sucy, que tinha um pequeno rasgo, revelando o canto de um de seus itens.
-Isso é... açúcar de confeiteiro?-
Em um instante, a fachada atrevida de Sucy rachou, e de repente ela parecia quase um pouco em pânico. -O-Oh, sim, é.- Ela respondeu, tentando manter seu tom monótono inexpressivo. -Esta última coisa em que estou trabalhando é tão atroz que, uh, açúcar de confeiteiro é a única coisa que vai parar a reação se der errado, você vê. Precaução de segurança! Até eu tenho meus limites, heh heh.-
Lotte ergueu uma sobrancelha. -Sucy, você tem certeza que deveria estar fazendo algo tão perigoso? Eu sei que você sabe o que está fazendo, mas--
-Sim, não se preocupe, eu vou ficar bem!- Sucy a interrompeu. -Confie em mim, o resultado final valerá a pena! Minha melhor criação até agora, se tudo correr como planejado.-
A ruiva não parecia convencida.
-E se não for conforme o planejado?-
-Eh, não posso me preocupar com isso agora. Eu queria fazer isso por muito tempo.- O filipino respondeu, estranhamente perturbado para ela. -Mas eu já te falei demais, preciso guardar essas coisas. Sem espiar também, ou vou encher sua calcinha com centopéias.
Lotte pensou em repreendê-la, mas decidiu não fazê-lo. Uma Sucy zangada não era algo com que ela quisesse lidar.
-Bem, você faz o que tem que fazer.- Ela ofegou exasperada. -Estou indo para a biblioteca.-
Ela se levantou e caminhou para fora do dormitório, fechando a porta atrás dela e deixando sua colega de quarto fazer qualquer coisa que ela quisesse.
Ainda assim, algo não parecia certo. Açúcar de confeiteiro...Que tipo de poção precisava de açúcar de confeiteiro?
-... Então, de qualquer forma, acho que finalmente estou pegando o jeito da magia branca!- disse Akko, enquanto voltava da biblioteca com Lotte. -Diana é muito boa em ensinar, se ela não estivesse decidida a se tornar médica, eu diria que ela deveria ser professora aqui quando for mais velha!-
Lotte sorriu, calorosamente. -Ah, isso é maravilhoso!- ela respondeu. -Estou tão feliz que ela foi capaz de ajudá-lo com isso, ela é tão gentil!-
Akko assentiu. -Você não tem ideia! Eu não posso acreditar que eu costumava pensar que ela era uma idiota, ela é uma pessoa tão adorável!-
-Sim, eu vou ter que pedir ajuda a ela se eu estiver lutando com alguma coisa.- disse Lotte. -Havia algo que eu queria perguntar a ela, na verdade, espero que ela saiba o que é.-
-Oh? O que é isso?-
Lotte de repente pareceu um pouco preocupada.
-Bem, Sucy voltou de Blytonbury esta tarde com um monte de coisas, incluindo açúcar de confeiteiro.- Ela respondeu. -Ela disse que era uma precaução porque era a única maneira de parar uma reação se seu último projeto desse errado, e a maneira como ela estava agindo parecia que ela não deveria estar fazendo isso. Eu não sei muito sobre poções, mas se é tão perigoso...-
Os olhos de Akko se arregalaram. -Caramba, sério!?- ela desabafou. -Saber como são os -projetos- dela, não é nada bom! Vamos voltar para o dormitório e tentar fazê-la mudar de ideia!-
-Boa ideia! Vamos nos apressar de volta...-
-...Oh não...-
Os dois voltaram para o dormitório e, para seu horror, Sucy não estava em lugar algum. Seu espaço de trabalho estava vazio e a bolsa que ela havia guardado embaixo da mesa havia sumido.
-Estamos muito atrasados, não estamos?- estremeceu Akko. -Ela já está fazendo... o que quer que ela esteja fazendo!-
Lotte balançou a cabeça. -Não estamos muito atrasados, só temos que encontrá-la e impedi-la antes que ela faça algo estúpido e exploda a escola!- ela exclamou. -Ela provavelmente está trabalhando no laboratório de poções enquanto ninguém está lá...-
-Tudo bem. Vamos chegar lá antes que as coisas fiquem realmente ruins!-
Akko e Lotte rastejaram pelos corredores, esperando que não fossem pegos pela equipe e questionados por estarem fora dos limites durante o horário pós-aula. Mesmo que eles tivessem uma boa razão para estar lá, eles preferiam não ter Sucy potencialmente sujeita a uma ação disciplinar completa pelo que quer que ela estivesse fazendo, então eles precisavam fazer isso eles mesmos.
-OK, este é o laboratório de poções, vamos tentar entrar o mais silenciosamente possível.- Sussurrou Lotte. -Afinal, não queremos causar tumulto.-
-Coisa certa!- respondeu Ako. -Vou abrir a porta o mais devagar possível, e... espere um segundo...-
Akko poderia jurar que ela podia ouvir murmúrios fracos vindo não do laboratório de poções, mas da sala de magia culinária. E a julgar pelo leve tom nasalado da voz...
-Eeeek, o que ela está fazendo na sala mágica culinária!?!- Ako ofegou. -Ela está planejando envenenar alguém?-
Por um segundo, Lotte pareceu absolutamente horrorizada. Então, algo estalou em sua cabeça, e um olhar de realização se estabeleceu em seu rosto.
-... acho que posso saber o que está acontecendo...- ela disse, ainda um pouco preocupada. -Me siga...-
Akko assentiu e foi na ponta dos pés atrás de Lotte enquanto ela ia até a porta da sala mágica de culinária. A finlandesa retirou sua varinha e com um encantamento abafado de -Frictionaria Silensio- lançou um feitiço calmante nas dobradiças da porta para evitar que o rangido do metal velho as denunciasse.
Lentamente, ela abriu a porta agora silenciosa, e Akko e Lotte deslizaram para dentro do quarto. Com certeza, no meio estava Sucy...
... Cercada por tigelas, sacos de farinha e açúcar, vestindo um avental e cantarolando alegremente para si mesma.
-OK, agora, isso deve fazer isso.- Ela disse, feliz. -Só precisa colocar isso no forno por 20 minutos...-
Ela se ajoelhou, abriu a porta do forno que estava na frente e colocou um recipiente dentro, antes de fechar a porta novamente.
Sorrindo, ela se virou e quase pulou para fora de sua pele quando viu Akko e Lotte parados na entrada.
-G-GAH!- ela exclamou em choque. -Como diabos vocês dois me encontraram!?!-
Lotte riu um pouco. -Magia!- ela respondeu, diabolicamente. -Mas indo direto ao ponto, o que você está fazendo aqui?-
As bochechas de Sucy ficaram vermelhas. -Isso é... segredo...- ela murmurou. -Agora saia, você vai estragar a surpresa...-
-Surpresa?- Akko perguntou em voz alta.
-Espere um momento-, disse Lotte. -Qual data é esta?-
-O 24 de junho, não é?- respondeu a bruxa japonesa. -Por que, você... oh...-
Sucy suspirou profundamente. Ela parecia um pouco abatida.
-Se você quer saber... estou fazendo um bolo de aniversário para você, Akko...- ela disse, triste. -Eu estava tentando manter isso em segredo, e pensei que fingir que era algum experimento químico horrível seria a melhor maneira de manter vocês dois longe até que estivesse pronto...-
As expressões da dupla se suavizaram. -Ah, entendo...-, disse Lotte, gentilmente. -Desculpe, Sucy... estávamos apenas preocupados que você fosse fazer algo perigoso...-
Sucy sentiu um leve sorriso surgir em seus lábios. -Não é uma suposição totalmente injusta de se fazer, suponho.- Ela riu. -Eu apenas pensei que seria uma coisa legal para você, Akko, e talvez para compensar por eu ser má com você...-
-Ei, Sucy, você não precisa fazer nada para mim!- disse Akko, que de repente parecia um pouco triste. -Você é um dos meus melhores amigos!-
-Bem... obrigado...- o filipino suspirou. -Eu não quero ser rude, mas... por favor, você pode me deixar com isso? Afinal, não quero que isso dê errado!-
Lotte assentiu. -Claro! Vamos, Akko, vamos.- Ela disse. -Não quero estragar ainda mais a surpresa!-
-Ei, verdade!- Ako riu. -Mas... Sucy, muito obrigado, isso é muito gentil da sua parte... sem trocadilhos.-
Sucy sorriu. -Heh, essa foi boa, intencional ou não.- Ela riu. -Mas sim, eu preciso voltar ao trabalho... ah, e mais uma coisa, Akko.-
-Hum?-
Sucy olhou para o chão.
-... Feliz aniversário... bem, feliz aniversário antecipado...-
Akko sorriu e deu um polegar para cima.
-Obrigada, Sucy...- ela respondeu. -De qualquer forma, vamos deixar você voltar a isso...-
-Bem, considerando todas as coisas, eu diria que poderia ter sido muito pior.- disse Lotte, sorrindo. -É bom ver Sucy realmente fazendo algo que não envolve venenos ou cogumelos pela primeira vez também!-
-Sem brincadeiras!- respondeu Akko. -Tenho certeza de que ela vai trabalhar cogumelos de alguma forma, mas... não sei, tenho a sensação de que pelo menos serão bons.-
O finlandês sorriu. -Sim... eu acho que você está a salvo de ser envenenado desta vez, Akko.-
-Eu certamente espero que sim!-
Akko suspirou, feliz. Por tudo que Sucy era uma provocadora e uma brincalhona, no fundo ela era uma garota muito legal, e ela estava tão feliz por tê-la como amiga.
Ela só esperava que o bolo acabasse bem. Seria triste se não funcionasse, dado o quanto Sucy estava ansiosa para fazer isso e o quanto ela tentou manter uma surpresa. Embora dado seu talento em todas as coisas alquímicas, ela duvidou um pouco que o pão de ló seria sua ruína.
Agora ela só tinha que pensar em como poderia retribuir o favor do aniversário de Sucy...
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