Dia das mães



Akari estava preocupada.

Enquanto sua esposa tomava banho, ela tinha ido ao quarto de sua pequena para acordá-la, mas a encontrara ardendo em febre.

— Mamãe— A menininha de cinco anos chamou com a voz manhosa.

Akari pegou-a no colo, fazendo ela circundar as pernas em sua cintura e deitar a cabeça em seu ombro. Beijou os cabelos escuros e com cheirinho de bebê dela, balançando o corpo suavemente.

— Onde que tá dodói, hm?— Perguntou baixo e carinhosamente para ela, ainda balançando o corpo.

— Tá frio e minha barriguinha dói.— Ela reclamou chorosa.

Akari suspirou. Em pleno domingo de dia das mães e sua pequena acordava doente, o que poderia ser pior?

Rodou as orbes azuis como o céu de verão pelo quartinho decorado em tons de rosa, todo em tema de princesas, procurando a caixinha de primeiros socorros, onde guardavam o termômetro, lembrando que haviam deixado no banheiro da suíte.

Saiu do quarto de Hana, fechando a porta e indo até o quarto que dividia com a esposa, agradecendo ao ver que Yukino já havia saído do banho e deveria estar se trocando no closet.

Deixou Yukino na cama, essa que se embolsou nas cobertas mais que depressa, se encolhendo.

Entrou no banheiro, já abrindo o armário onde sabia que a caixinha estaria, pegando-a e logo ajeitando a postura. Assustou-se um pouco ao olhar no espelho, vendo os cabelos ruivos completamente bagunçados, mas aquilo não era importante no momento.

Saiu do banheiro ao mesmo tempo que Yukino saia do closet, fazendo as duas quase trombarem uma na outra.

— Ei raposinha, calma. O que foi?— Yukino perguntou, ao notar a feição preocupada da esposa.

— Hana tá com febre— Foi o que Akari respondeu, indo até o montinho de cobertores na cama para medir a febre da menina.

Yukino observou Akari convencer Hana a deixar ela colocar o termômetro em seu braço e pegar a menina no colo, enquanto o aparelho não apitava.

— Eu avisei que ficar brincando na chuva não ia dar bom— A morena disse, levando as mãos até os cabelos negros de tamanho médio e os prendendo em um coque bagunçado.

— Não acho que seja isso, ou eu também estaria doente. E a Hana disse que a barriga dela dói.— Akari retrucou, logo ouvindo o aparelho apitar. Retirou-o de baixo do braço da menina, observando o número— trinta e oito certinho... será que ibuprofeno resolve, Yuki?— Perguntou receosa.

— Não é melhor levar ela ao médico de uma vez? Eu ligo para a sua mãe para avisar que a gente não vai.— Yukino disse e Akari ponderou, mas Hana interrompeu.

— Médico não mama! Eles vão querer me dar injeção!— Ela disse, amedrontada. Hana tinha um medo mortal de agulhas, desde que Yukino havia furado o próprio dedo tentando costurar.

As duas mulheres suspiraram.

— Ibuprofeno então. Umas vinte gotas devem bastar. Enquanto eu pego a colher e água, dá um banho gelado nela.— Yukio disse, pegando a caixinha e procurando o dito remédio nela.

Ela desceu até a cozinha, enquanto Akari levava Himawari de volta ao próprio quarto para dar o banho nela.

Pegou uma roupinha clara, lembrando o que sua mãe fazia sempre que estava com febre e entrou no banheiro decorado de maneira infantil, com peixinhos e bolhas colados nas paredes. Tirou a roupinha dela e ligou o chuveiro no frio, colocando ela lá, que estremeceu. Não a deixou muito tempo, só o tempo de lavar as partes íntimas e o rostinho dela, afinal dava para aproveitar, né?

Desligou o chuveiro, virando para pegar a toalha e quase morrendo de susto ao ver Yukino paradana porta, segurando uma colher com o remédio e um copo de água.

— Que susto Yukino!— Reclamou, fazendo a morena dar um risinho.

— Mamãe, tá frio!— Hana reclamou e Akari pegou a toalha, embrulhando ela.

Colocaram a roupa e deram o remédio.

— A febre deu uma abaixada depois do banho...— Akari disse e Yukino  suspirou.

— Eu vou trocar de roupa. Avisa a sua mãe que a gente não vai poder ir.— Yukino disse, beijando o topo da cabeça de ambas e indo para o quarto.

— Por que a gente não vai na vovó?— Hana perguntou, levantando a cabeça do ombro de Akari.

— Porque você tá dodói. A gente vai ficar aqui, assistindo emboladinhas nas cobertas e juntinhas, o que acha?— Perguntou, indo até o quarto e pegando o celular para falar com a mãe.

Assim que encerrou a ligação, Yukino saiu do closet vestindo um pijama e as três se largaram na cama, abrindo o serviço de streaming e colocando um filme de princesa qualquer, se embolando as três na mesma coberta.

Ficaram ali o dia todo, saindo apenas para pegar e comer a comida que pediram por aplicativo, mas logo voltando.

Hana não admitiria, mas preferia muito mais passar o dia ali com as mães do que ter que ir para a casa de sua avó.

The end.

(Essa fánfic era para ter sido postada ano passado,mas daí deixei para esse ano e esqueci de postar kkk)


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