lamento barbara
a mesa do café da manhã estavam sentados um ruivo, um finlandês e uma garota com uma abelha no gorro. O último olhou com consternação, total concentração, para o dilema de uma vida.
Ela colocou manteiga na torrada ou geleia?
Para a maioria, uma pergunta fácil de responder de uma forma ou de outra. Não é assim para Bárbara. Havia, ela sabia, muito a considerar. A manteiga era gordurosa e recheada, boa com uma pitada de sal. A geléia era mais saborosa, mas mais açucarada. Nenhum deles faria muito bem para sua figura, mas ambos eram muito mais atraentes do que uma tigela de mingau simples e azedo.
O que fazer, o que fazer? Ela pegou a manteiga, então recuou e começou a tirar a tampa da geléia, apenas para colocá-la no chão antes de ir longe demais, pegando o saleiro, então...
-Barb-, disse Hanna, mexendo seu mingau. -Você está me estressando. Basta escolher um já.-
-Mas qual deles?-
-Jogue uma moeda. Jogue eenie-meenie-minnie-moe. Pelo amor de Deus, faça alguma coisa .-
Se Barb tivesse barba, ela a teria acariciado, como todos os grandes pensadores dos tempos antigos. Uma fatia, dois condimentos. Ela poderia dividi-lo, é claro, mas então ela não ficaria satisfeita com nenhum dos dois. Mesquinha como sempre, a escola não lhe permitiria outra.
Ela pegou geléia, então decidiu o contrário.
Embora Hanna parecesse pronta para bater a cara no café da manhã, Lotte parecia bastante imperturbável com o caso. Ela se sentou e mastigou alegremente em miniaturas de tortas carelianas, enviadas com amor de sua terra natal.
Algo passou por Barb, um borrão dourado escuro entre ela e o finlandês. Sem dúvida, mais uma vespa frenética pelo cheiro do café da manhã de algumas centenas de garotas. Ela a afastou antes que chegasse mais perto. Então, inesperadamente, um peso enorme a atingiu nas costas. -Surpresa!-
-Bom?- desabafou Barb.
Era Akko, claro. Um desastre sobre duas pernas, catástrofe em forma humana. Uma espécie de simplório mal educado e inocente que a escola tentou eliminar uma dúzia de vezes, apenas para ter se agarrado por pura vontade.
Suas vidas eram ainda mais ricas por sua coragem. Barb ainda não percebeu o quanto o dela, especificamente, estava prestes a ficar muito mais rico.
-Feliz biii-- disse Akko, de repente cortando.
-Feliz o quê?- respondeu Barb. Ao som de Hanna suprimindo uma risadinha, ela juntou as peças. -Ah, pelo amor de Deus. Não é meu aniversário, Akko. Ako?-
As pupilas de Akko explodiram como as de um gato no momento em que ele se lançou sobre sua presa. E eles não olharam para sua amiga; não para as dezenas de outras garotas que assistiam ao burburinho; mas diretamente na bunda de Barb.
-Ako?- repetiu Barb, tentando mover o traseiro mais para frente na cadeira, longe de um olhar tão forte que ela poderia jurar que pertencia a um colonoscopista em série. -Akko, vamos lá, é só meu--
Sem hesitação – ou aviso – Akko beijou Barb em uma bochecha, depois na outra. Através da saia, calça e choque simples, Barb sentiu os lábios de sua amiga, macios e acariciando. Totalmente impuro, mas mais doce que leite e mel.
Se alguém já sofreu alguma coisa verdadeiramente, indescritivelmente terrível na frente de uma platéia, eles saberão apenas um décimo do que Bárbara sentiu. Seu rosto ficou mais vermelho do que um chefe tribal, e seu coração parou no meio da batida, convencida de que morrer era preferível a viver o suficiente para ouvir os rumores que certamente se espalhariam, fogo através de um arbusto seco.
-O que é isso?- Lotte e Hanna perguntaram em uníssono. Sentados em frente a Barb, eles haviam perdido o momento do escândalo. Os súbitos suspiros, olhares e tagarelices que emanavam das mesas ao redor, no entanto, eram imperdíveis.
— Nada — disse Barb através de uma risada nervosa e forçada. Ela puxou Akko pelos cabelos, longe de seu alvo singular. -Nosso idiota mútuo acabou de bater direto na minha bunda.-
-Primeira vez?- riu Lotte. -Akko é um corredor nato. O único problema é que ela está sempre correndo para o problema, nunca para longe.-
-Eu não estava correndo-, disse Akko, massageando seu couro cabeludo quando ela saiu de trás da cadeira. -Eu estava galopando!-
Como um cavaleiro francês em direção a uma jovem arrebatadora, pensou Barb. Foi bom ser apreciado. Até elogiado, se ela se atreveu a chamar um beijo de porta dos fundos não convidado de algo próximo. Mas a maneira escolhida foi... estranha. E de um amigo? Duplamente. Se Akko realmente tivesse que tornar seus pensamentos conhecidos, um simples 'bumbum legal' certamente teria sido suficiente.
-Então, não é seu aniversário?- Akko roubou um pedaço de torta da Carélia. -Hanna, você é meio malvada.-
-Ei-, o acusado retrucou. -Apenas para você.-
Akko voltou-se para Barb. -Porque eu te dei um presente, sabe?-
-Oh sério?- Sem saber se devia ser genuinamente esperançosa ou permanecer desconfiada, Barb fez o possível para parecer normal. Em vez disso, ela chiou quando sentiu um pé, sem sapato, cutucando-a, deslizando por sua perna com má intenção.
-Realmente-, disse Akko.
Se o único rasgo de inibição que Akko possuía finalmente a abandonou, ou alguma outra coisa a atingiu , Barb não sabia dizer. Tudo o que ela tinha certeza era que sua amiga estava disposta – não, ansiosa – a fazer algo ultrajante e lascivo.
Assustou Barb que ela se encontrasse desejando que Akko o fizesse. O toque era um sentido infernal, ela supôs – hormônios, de uma droga.
-Bem, não se preocupe.- Barb deu um pulo e pegou seus livros, percebendo que ainda estavam completamente à vista das outras mesas. -Guarde para o meu aniversário de verdade. Eu tenho que ir para a aula agora.-
-Não é um pouco cedo?- perguntou Lotte. Ela não obteve resposta. Barb fugiu, gravata quicando.
-Você realmente não vai comer a torrada, depois de tudo isso?- Hanna gritou. -Vamos!-
A fome não foi registrada quando Barb se sentou em um auditório vazio. O suor escorria por sua espinha, pescoço, axilas. Sua camisa era um desastre. Tudo a partir de dois pequenos beijinhos, e o esfregar de um dedo do pé.
Se Barb tivesse uma vontade mais fraca, ela teria corrido de volta para seu dormitório. Como era, ela tinha dignidade suficiente para se manter firme e reprimir seus impulsos, impulsos tão poderosos que ela passou metade da vida tentando controlá-los.
Desde o primeiro dia em que Barb queria ser desejada, ser amada como mulher e não como criança, beijar e dar as mãos e eventualmente fazer como os coelhinhos, ela foi ofuscada. Inicialmente, por Hanna: uma ruiva impetuosa e feroz, uma atleta na figura, se não na prática. Então, quando Barb finalmente se destacou, Diana entrou no círculo deles: uma loira fria e sólida, sua figura quase tão perfeita quanto seu gênio. O que era Barb, em comparação? Uma morena um pouco acima do peso, totalmente normal. Sem intelecto impressionante, sem esportividade, nem mesmo um talento real para marcar seu lugar no meio da multidão.
Agora, do nada, uma das garotas mais bonitas e bem-sucedidas que ela já conhecera a desejava profundamente, a tal ponto que nem mesmo a promessa de escândalo público (e inevitável suspensão ou expulsão) poderia conter suas admiração.
Ele desafiava a crença. Não dizia nada de bom sobre sua amiga. Isso fez o coração de Barb disparar de alegria. Pela primeira vez em sua vida, alguém a tinha visto. Ou, pelo menos, sua bunda. Onde quer que fosse dirigido, um pouco de carinho não faria mal. Onde quer que fosse dirigido...
Barb cruzou as pernas e respirou devagar e com firmeza. Ela se atreveu a desabotoar o botão de cima de sua camisa, apenas para deixar um pouco de ar atingir sua pele.
-Vaia!-
Ela gritou assustada. Akko se esgueirou pelo outro lado da sala e a agarrou por trás. -Pelos Nove,- ela resmungou, deixando-se deslizar um pouco pelo banco, olhando para sua amiga. -Akko, o que diabos está errado com você hoje?-
-Errado? Hoje? Nada está errado hoje! Por que?-
-Nós iremos...-
-Você está dizendo que eu nunca a incomodei antes?-
-Deus não! Mas não assim.-
-Oh sim?- Akko arqueou uma sobrancelha e se esgueirou pelas fileiras. Se havia algo como um passeio sentado, Akko havia aperfeiçoado, descansando insuportavelmente perto de Barb. Lado a lado, mão na saia, ombros enrolados. -O que é 'assim'?-
Barb não conseguiu dizer. -De qualquer forma, quer rever o material? Pode ser, desde que cheguemos cedo.
-Claro, Bárbara-chan. Há muita coisa que eu gostaria de repassar. Talvez até abaixo.-
Céus, pensou Barb. E ela pensou que seus primeiros momentos de intimidade viriam depois de um longo romance e encontros mais longos. Que eles seriam à luz de velas, implícitos, não aleatórios, tão explícitos a ponto de ocorrer em aula, e apenas pouco antes.
-Bem, isso é ótimo-, disse Barb, tentando em vão encontrar uma página em seu livro que pudesse prender um pingo de sua atenção. -Porque estamos em sala de aula, e é aí que as pessoas aprendem as coisas. E nós somos pessoas.-
-Você não é apenas gente , Barbara-chan.- Akko fechou a lacuna, seus lábios a um fio de cabelo dos de sua amiga. Ela correu um dedo do bolo de Barb, pelo pescoço, até o queixo, arrastando o suor. Se alguém, por algum motivo, quebrasse um ovo na pele de Barb, ele se tornaria termonuclear.
Mas nenhum beijo veio. Nenhum toque macio. Nenhum acidente de meia tampa.
-Mas eu acho que você está certo-, disse ela, afastando-se. Ela pegou a pena de Barb e a mergulhou em seu tinteiro.
Paralisada, ansiosa, Barb poderia ter gritado de frustração. Ela nunca teve a chance. Olhando de soslaio como um tolo bêbado, Akko deixou cair sua pena. Ele bateu no chão, saltou uma vez, então parou. -Opa-, disse ela. -Acho melhor eu ir pegar isso.- Barb suspeitava que a pena fosse a última coisa na mente de Akko. Mas ela não disse nem fez nada para impedir sua amiga, que se agachou embaixo da mesa e remexeu. -Ah, um centavo!-
Nenhuma pena se materializou. Não quando Akko vasculhou o chão, ou a parte de baixo da mesa (rebocada com sobras de goma de mascar). Nem quando ela tirou o sapato de Barb e beijou sua canela. Nem quando um beijo se transformou em uma procissão, um rastro de bicadas que subiam até o joelho, até a coxa, até a barra da calça de Barb, onde mechas de cabelo escuro encontravam uma perna lisa e sedosa.
-Vocês ocidentais-, a garota sussurrou. Ela pressionou o nariz contra a virilha da amiga e cheirou. -Sempre peludo.-
Além de corar, agradecendo a Deus por ter tomado banho após a primeira chamada da natureza, Barb disse e não fez nada, com medo de que mesmo uma única sílaba de alguma forma a tirasse de seu sonho. Um sonho, ela lembrou, no qual outras pessoas poderiam se intrometer.
Não conseguindo suprimir nada além de seus gemidos, Barb observou a porta e o relógio, o peito arfando, a respiração difícil. Metade de sua mente esperava que Akko nunca parasse. Metade, talvez mais sã, esperava que ela simplesmente empurrasse as calças para o lado e as entregasse a Barb antes que alguém entrasse.
Na verdade, ela tomou um caminho bastante estranho, que Barb não esperava.
Parecia que os beijos anteriores de Akko em seu traseiro não tinham sido apenas oportunismo, mas desejo verdadeiro. Ela se esquivou da vagina coberta e encharcada de Barb, em vez de suas bochechas nuas, que ela deu com beijinhos, beliscões e mordidas. Cada um provocou um bufo agudo de Barb, que se afastou um pouco do banco para dar melhor acesso à amiga. Ela estava feliz por ter usado calças bonitas. Preto, com gatinhos brancos espalhados como bolinhas.
Por um momento, ela se perguntou para onde tudo estava indo. Mas apenas por um momento. Apesar do torpor, ela percebeu que os movimentos de Akko não eram aleatórios. Eles foram em padrões. Atenção para uma bochecha, repetida na outra. Cada troca, movendo-se mais perto de sua calcinha, até que atingi-los corretamente. Ainda assim, Akko espiralou para dentro, cada vez mais perto, em direção a um único ponto, um lugar com o qual Barbara nunca imaginou deixar outro jogo, nunca – muito menos em sua primeira vez.
Sua bunda.
Para onde Akko estava indo, o que quer que ela pretendesse fazer lá embaixo, estava simplesmente errado. Era imoral. Era o tipo de brecha virginal que apenas os americanos com muito estoque em suas igrejas deveriam ter engajado. Não era nada como Barb jamais imaginou que sua primeira vez seria. Era o tipo de coisa que ela deveria ter parado na hora.
Mas ela não o fez.
O que era Akko senão uma semente de feno? O que era Barb senão sua amiga? Amiga de uma garota que só tinha boas intenções no coração.
Barb mordeu sua gravata, sem saber o que esperar, apenas suspeitando que ela poderia reagir alto de uma forma ou de outra.
Akko alcançou seu objetivo. Ela agarrou as coxas de Barb, separando-as. Ela beijou através de suas calças, bem na ruga. Mesmo com uma camada de algodão entre o toque e a língua, nervos e lábios, Barb sentiu. Um sentimento surpreendentemente sensível e brincalhão.
A partir de então, ela sabia que não havia esperança de parar. Sua amiga beijando suas bochechas, ela poderia voltar. Um experimento bobo, talvez, para ser esquecido. Sua amiga indo aonde poucos amantes se atreveriam? Bem, o que isso fez deles?
Barb gemeu através de sua mordida no bolo, e sentiu os músculos tensos se soltarem. Seus olhos se fecharam. Nas mãos de seu amante, namorada, amante - o que diabos Akko era agora - tudo o que ela teria que fazer era deitar, fechar os olhos, e em breve, Akko a levaria para o céu e voltaria. Ela nem precisa pensar na Inglaterra.
A campainha tocou e alguém invadiu a sala. Professora Ursula, curvada sobre si mesma, bufando e bufando. Ela estendeu a mão. -Desculpe estou atrasado.-
Barb cuspiu seu bolo e prendeu as pernas em volta de Akko, puxando a garota tão perto que ela estava escondida sob a saia.
Quase escondido. Não é bom o suficiente.
Com um movimento de sua varinha, Barb esticou o tecido até que se assemelhasse a uma das versões mais longas, usadas normalmente por Sucy e algumas outras. -Você não está atrasado!- disse Barb, muito mais alto e trêmulo do que pretendia. -Esse foi apenas o primeiro sino.-
Exasperada e nervosa como sempre, Ursula suspirou e foi arrumar suas anotações de ensino na frente da sala. Outras garotas se infiltraram, tomando seus lugares. Alguns chegaram perto de Barb e Akko, embora não soubessem sobre o último.
Quem não impediu seus beijos ilícitos, aliás. Mesmo quando Barb bateu na cabeça da garota, gesticulando para parar e sair enquanto ela ainda podia, isso só a estimulou, esfregando o nariz contra a virilha da calcinha de Barb, enrugando uma ruga que ela não conseguia alcançar. Ainda não, de qualquer maneira. Com tempo suficiente, ela certamente poderia mastigar os gatinhos de algodão. Mas isso estava longe de ser o ponto.
-Buongiorno-, disse Blair, sentando-se no banco atrás do deles. -Então, o que é isso que eu ouvi sobre Akko, tipo, literalmente beijando sua bunda?-
– Ah – riu Barb, ou foi o que ela tentou. Ela poderia ter chorado sabendo que o boato já havia entrado no moinho. -Apenas uma piada estúpida que ela estava fazendo.-
Os beijos da garota ficaram mais apaixonados.
-Estúpido está certo. Uma coisa é ser palhaço. Outra é ser um idiota.-
-Conte-me sobre isso.-
Por sua insolência, Barb foi punida. Ou recompensado. Pontos de vista, na verdade. Akko não tinha um, preso no escuro, mas ainda serpenteava uma mão ao redor para unir sua língua. Lá, ele cutucou as calças de Barb, empurrando mais forte do que qualquer língua poderia esperar.
Barb reprimiu um estremecimento e quase deixou escapar um gemido entorpecente. A sensação era bizarra e fantástica. Pressão na direção errada, agravada por uma mistura de tabu e exibicionismo, resultou em uma combinação que a deixou estupefata. Ela mal notou Lotte se juntar a ela no banco, ao lado do corredor.
-Ei!-
Barb pulou de susto, arrancada de um devaneio que se manifestou quando ela olhou fixamente para a parede, lutando para não trair nenhum sinal de emoção. -Ei.-
-Onde está Akko? Eu pensei que ela foi para a aula logo depois de você? Ela disse uma sessão de revisão?
-Uh, no idea.-
Lotte deu de ombros, mas notou algo estranho antes que pudesse continuar com seus negócios. -Barbara, isso é uma saia longa?-
-O que? Hum? Oh-Oh!-
Akko puxou as calças para um lado. Seus beijos, seu toque, seu estímulo, pareciam instantaneamente mil vezes mais intensos, incompreensivelmente lascivos. Uma língua, correndo em círculos ao redor de sua bunda. Um dedo, encharcado enquanto coletava sua umidade de sua boceta, massageando sua ruga.
Foi preciso toda a força de Barb para não simplesmente derreter, ou pular loucamente. A pouca reserva que ela conseguia, ela costumava chutar o calcanhar nas costas de Akko, com força. -Desculpe, ah sim. Eu, hum, tive que ir me trocar.
-Por quê?-
-Período-, ela deixou escapar, pensando em algo que certamente acabaria com qualquer linha de questionamento.
-Ah-, disse Lotte. -Você precisa de almofadas? Podemos ir juntos, se você precisar...
-Não!- Barb amaldiçoou. A menstruação só assustava os meninos. -Eu estou--
Akko empurrou com força o esfíncter de Barb, separando-o por uma fração de milímetro. Nada jamais havia entrado lá pelo caminho errado antes. Foi uma felicidade. Bem-aventurança molhada e estranha.
-Eu estou bem-, ela sussurrou, ciente de quão ridícula tal afirmação deve parecer enquanto ela suava como um porco no espeto. -Só preciso lavar um pouco, depois.-
Lavar estava certo.
Lotte sorriu, embora não apenas com um pouco de preocupação. -Justo. Apenas, por favor, deixe-me saber se eu puder fazer alguma coisa por você, ok?-
-Oh-oh-ok.-
Barb esperava que Lotte não pudesse adivinhar a verdadeira natureza do tipo de fluido que estava fluindo por lá e para onde.
A segunda campainha tocou. Ursula pigarreou. -Bonjour, todos. Cava? Cava. Vamos fazer a chamada-. Ela leu a lista de nomes.
Barb entrou em pânico. Se alguém perguntasse alguma coisa, se algo desse errado... Ela tentou seguir Akko, uma e outra vez, para fazê-la deixar o conforto de sua bunda e ressurgir no mundo real, por mais duro que fosse. Nada funcionou. Akko se recusou a parar de dar prazer a ela, e o corpo de Barb, mesmo quando seu cérebro implorou para recuperar o controle antes que alguém descobrisse, se recusou a deixar de ser agradado.
-Jansson, Lotte?-
-Aqui.-
Antes que Ursula pudesse alcançar Kagari, Barb puxou sua varinha e agitou-a. Um painel de vidro em uma das janelas antigas do outro lado da sala estalou – alto. Todo mundo estalou para ver o que tinha acontecido.
Pela segunda vez naquela manhã, Barb puxou Akko pelos cabelos, para longe de sua bunda e para o banco. Ela rezou para os Nove, para os deuses de todo o mundo, para qualquer homenzinho verde em discos voadores observando de cima, e para o Papai Noel, que ela não tinha sido vista. Qualquer um que aceitasse petições, na verdade.
Pela primeira vez, suas preces foram atendidas, pois quando a comoção passou (a teoria se baseia em um pássaro que atingiu a janela) todos voltaram à sua rotina sem saber.
-Onde eu estava? Ah, Kagari, Atsuko?-
-Presente-, disse a garota, atordoada pela luz repentina.
Lotte se virou. -Akko,- ela sussurrou, tomando nota de alguns cabelos estranhamente despenteados. -Quando você chegou aqui?-
-Agora mesmo-, disse Akko. -Por que?-
-Mas – o que – como você fez?-
-Ela deve ter causado a distração-, disse Barb. -Certo, Akko? Certo ?-
-Claro que sim.-
Akko simplesmente não era bom o suficiente para esse tipo de feitiço. Nem sorrateira o suficiente para entrar sem ser pega, e passar por duas pessoas que certamente devem tê-la visto passar. E, por sua expressão, Lotte sabia tão bem quanto qualquer um. Mas ela não disse nada, apenas lançando olhares maliciosos para seus amigos quando achava que eles não estavam olhando. Talvez Akko realmente não fosse. Sua cabeça parecia estar nas nuvens. Barb's não ficava muito abaixo.
Embora fosse sua bunda que tinha sido abusada, era seu coração que realmente sentia falta de Akko. Seu coração e, ela supôs, outros lugares menos castos. Molhada além de qualquer medida, sentindo seu enrugamento voltar à sua forma e lugar originais, ela olhou com os olhos arregalados para o espaço, a mil metros de distância. Se ela estivesse em seu quarto, não teria sido problema algum. Abra Nightfall , encontre qualquer uma de um número espantosamente grande de cenas lésbicas em romances ostensivamente heterossexuais e trabalhe para um final rápido e feliz. Mas ela não estava em seu quarto.
Durante toda a aula, Barb sofria de dores, dores e pensamentos ilícitos. Sentar no rosto da amiga e deixá-la terminar o que havia começado – calças que não fazem parte da foto – foi uma imagem que permaneceu por muito, muito tempo.
No meio do caminho, ela viu o borrão dourado do lado de fora das janelas, pairando ao redor. Uma abelha, pulando dentro e fora do vidro, pensando que poderia passar. -Pelo amor de Deus-, ela sussurrou para si mesma.
Sucy.
Era noite, e tarde. Como as meninas costumavam fazer, uma dormia no dormitório da outra. Barb e Akko estavam sentados na cama deste último, jogando um jogo de snap by spiritlight, esperando o tempo até terem certeza de que Lotte e Sucy estavam dormindo profundamente.
Havia muito o que falar.
Eventualmente, Lotte parou de mudar. Ao trocar um olhar com seu parceiro em delinquência, Barb lançou um feitiço sonoro, isolando-os do mundo. Sucy dormia como os mortos, então não iria rolar e ver o que poderia acontecer a seguir. Lotte dormia lá em cima, então não havia preocupação nem risco.
E bom molho, como Barb queria correr esse risco novamente. Apenas lembrar da sensação do toque foi o suficiente para colocá-la à beira de arrancar as roupas de Akko das costas. Mas à luz da verdade, um que parecia zumbir do lado de fora de suas janelas o dia todo, um que a mantinha fugindo de Akko e Akko em seus calcanhares – bem, parecia... errado.
-Você não é você mesmo, Akko.-
-Huh?- disse a garota, parecendo um pouco fraca. Seu pijama simples, embora cativante, não fez nada para melhorar sua imagem. -Eu sei, estou meio que com muito tesão, mas o que, uma garota não pode ser-?-
-Não é isso. É a maldita abelha.-
-Huh? Oh, caramba, aquele que me picou.-
Barb se encolheu. -Você sabe?-
-Claro que sim. Essa coisa bateu como um verdadeiro bastardo. Eu percebi entre isso, e a forma como de repente eu senti a necessidade de cercar você, que deve ter sido Sucy-chan. Novamente. Não sei o que ela está fazendo desta vez, no entanto.
-E... isso não te incomoda?-
-Por que seria?-
-Acho que pensei que seria... violador?-
-Eh, depende com quem seria. Se eu me apaixonar pela bunda de Finnelan, talvez. Ambas as meninas riram. Não era um pensamento agradável.
-Nada tão ruim se fosse de Diana-, brincou Barb. Mas ambos se empolgaram com esses pensamentos também. -De qualquer forma, eu queria ter certeza de que você era... você sabe... você.-
Akko sorriu e declarou 'snap', batendo a mão no edredom e mandando cartas voando. -Abelha ou não, sempre serei eu! Além disso, Barbara-chan, você tem a melhor bunda que eu já vi, uma bunda que eu me ofereceria para adorar. E eu já vi um monte de bundas.-
-Oh?-
-Você sabe, principalmente pornografia. Anime também, temos muitas coisas de calcinha em casa em geral. E é difícil não vê-los pessoalmente, com uniformes como esses.-
Barb corou, metade pelo elogio e metade pela história de Akko. -Você assiste... pornografia?-
-Claro. Dontya também?-
-Eu leio.-
Akko arqueou uma sobrancelha. -Eu poderia ter adivinhado. Quero dizer, você lê Nightfall , certo? Você deveria ouvir como a cama de Lotte ria-.
Então, Barb odiava imaginar, sua própria cama provavelmente também. Oh, para os bons velhos tempos de um quarto privado.
Desde o início do segundo ano, ela, Hanna e Diana haviam trocado seus apartamentos quase palacianos por um quarto padrão, localizado entre os grupos de Akko e Amanda. Foi um baita rebaixamento, mas fez com que todos se sentissem um pouco mais confortáveis e um pouco menos constrangidos. A maioria das famílias das meninas não era nada rica, muito menos rica e conectada como os Cavendish, os Englands e os Parkers. Os apartamentos pareciam um lembrete muito pertinente.
Mas nada disso era importante. -Vamos fazer este riacho de cama hoje à noite?- disse Akko, rastejando sobre os restos de seu jogo de quatro. -Sucy vai me consertar eventualmente. Por que não aproveitar isso até ela gostar? Mesmo que a abelha não o tenha feito, nunca se sabe: talvez eu tenha chegado a isso algum dia, mais cedo ou mais tarde...-
Barb empurrou Akko de costas. -Não.-
-No?-
-Não. Assim não.-
-Então como? Eu poderia ser gentileee!-
Sem aviso, para pagar em espécie pela manhã, Barb forçou os lábios da garota a se separarem, sua boca a tomar sua língua, enquanto ela lutava para dominar cada canto e recanto. Não foi um bom beijo. Era a primeira vez de Barb, e descobriu-se que a teoria que ela havia desenvolvido há muito tempo, as coisas que ela havia imaginado ou lido em Anoitecer , equivalia a uma bobagem na prática. Mas deu para entender.
-Eu faço as perguntas esta noite. Entendi?-
-Dois.-
A morena tirou as calças, antes de embaralhar sua amiga até que ela estava totalmente montada. -Oh, esperei o dia todo por isso. Você é o melhor, Akko. Você sabe disso?- Antes que a garota pudesse responder, Barb se abaixou de bruços. Seus lábios quentes e úmidos não precisavam de convite, mas não recebiam atenção. Akko estendeu a mão direto para o franzido, exatamente como esperado. -Desculpe, eu costumava intimidar você.-
Akko traçou um pequeno coração de amor na coxa de Barb e fez o que a abelha e Kagari exigiram.
A sensação de uma língua na pele manchada de Barb, lambendo aquele lugar especial, foi tão alucinante na segunda vez quanto na primeira. Estranho, incomum, diferente. Inferno, nada sobre isso era familiar. Mas foi bom. Para se sentir bonita, mesmo no que a maioria achava seu lugar mais feio. Ser desejada por um de seus melhores e mais íntimos companheiros, em um mundo de estranhos e conhecidos para os quais ela era invisível.
Logo, o espaço ao redor da bunda de Barb ficou desleixado, pegajoso e molhado, metade pela saliva de sua amiga, metade por sua própria umidade (espalhada por um nariz errante). A japonesa mais uma vez conseguiu afrouxar um pouco a ruga de Barb, a ponto de ela poder deslizar a ponta da língua para dentro da passagem. Barb não conseguia imaginar o que isso deve ter sentido ou gosto, do lado de Akko. Mas ela poderia dizer pelo seu próprio fim que era totalmente estranho e totalmente maravilhoso. A sensação do impulso, músculo dentro de músculo, estava além do prazer. O tabu foi ainda mais longe.
Barb entendia como aquelas sementes de feno americanas conseguiam manter a brecha da virgindade até o casamento. Era tão bom quanto ela jamais imaginara que o sexo poderia ser.
-Akko, sua garota louca, você já fez sexo antes?-
Minha avó assentiu.
-Quem?- perguntou Barb, levantando os quadris por um segundo.
-Amanda-chan.-
Acreditável.
-Jasminka-chan.-
Adorável.
-Mary-chan.-
Teria sido surpreendente se ela não tivesse. -Mary é uma puta-, gemeu Barb, estendendo a mão para esfregar seu clitóris, movendo-se em padrões bem treinados, mas nunca tão bem auxiliados.
-Eu gosto dela-, disse Akko, antes de ser sufocado.
-Eu também. Use seu dedo, Akko.-
Sem uma palavra, Akko obedeceu. Ela deslizou a mão para baixo e para cima, e lentamente, muito, muito lentamente, trabalhou o dedo no esfíncter de Barb, lambendo em torno de sua junta, onde sua língua pudesse alcançar.
-Oh meu Nove, sim.- Barb sacudiu os joelhos, pulando para cima e para baixo, implorando para Akko ir mais fundo. Em vez disso, ela permaneceu superficial, mas empurrou para dentro e para fora, um pouco rápido, um pouco lento, um ritmo que manteve as rugas de Barb se contraindo e expandindo, os nervos vivos com êxtase ardente, seus gemidos incessantes e altos. Graças a Deus eles lançaram o feitiço do silêncio.
Com cada golpe, cada lambida, cada impulso e salto, a fricção de Barb ficou frenética, sua mão agora mais vibrando do que se movendo. Ela fechou os olhos e não pensou em nada, nada além do prazer, a emoção, a alegria pura e desenfreada do momento. E então, ela veio. -A-Atsuko- san ,- ela guinchou, usando o pouco de japonês que ela aprendeu através da Osmose. Suas pernas tremiam, sua mão doía, e ela caiu de lado, desmoronando em uma poça de satisfação trêmula.
Deitada de costas, olhando para o fundo da cama de Lotte, Barb respirou fundo. Ela precisava de um momento. Ou dois. Um silêncio agradável, não para processar, mas para recuperar. Ela nunca levou muito tempo para o orgasmo. Mas os dela eram duros e, se tal palavra se aplicasse, preenchendo.
Akko apareceu no alto, com um sorriso caloroso. -Se importa se eu terminar? Parece que você poderia dormir um pouco.
-Certo. Mas eu pensei que tinha feito as perguntas?-
Ako riu. -Eu acho. Só mais uma coisa.-
-Sim?-
Ela enfiou o dedo na boca de Barb. O primeiro instinto da garota foi recuar, mas não foi tão ruim assim. Realmente, não tinha gosto de muito – um bom sinal para sua saúde, ela supôs. Mas, meu Deus, as ideias que colocou na cabeça dela. -Ako? Esta deve ser a maneira mais insana que alguém já perdeu a virgindade. Você está me arruinando para minha futura esposa, espero que saiba.
-Eh. Você deveria ter visto o que meu amigo no Japão fez comigo, na minha primeira vez. Eles os tornam diferentes em casa, eu juro.-
Barb suspirou, fechou os olhos e riu. -Oh Ako. Venha aqui.- Juntos, eles se abraçaram apertado e de conchinha. -Eu sei que você tem que se ajudar também-, ela bocejou. -Mas--
-Boa noite, Barbara-chan.- Akko se virou e beijou sua amiga, gentilmente na cabeça. -Você tem a melhor bunda do mundo e um coração melhor.-
Feliz por ter ficado acordada tempo suficiente para ouvir, Barb cochilou.
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