Quebrando o silêncioQuebrando o silêncio
Narrador On.
Weiss Schnee não estava
acostumada a joelhos fracos, mas quando ela colocou a mão no aperto
firme de Blake Belladonna, foi tudo o que ela pôde fazer para evitar
tropeçar sem graça. Olhos dourados se encontraram em azul, comunicando
em silêncio quais palavras não podiam. Ligados por convenção, as duas
nunca haviam falado da eletricidade que brilhava como um arco de raio
entre elas, contentes em se orbitarem uns aos outros como satélites,
sempre à beira da colisão, mas nunca perto o suficiente para fazer
contato.
Esta noite foi
diferente. Weiss podia sentir o silêncio se quebrando, junto com a pouca
compostura que restava. A dor surda que estava sempre presente sempre
que ela se sentia se aproximando demais da fauna tinha se tornado uma
inegável agonia inegável, um incêndio que ameaçava derreter a garota
gelada em uma poça. E então ela se permitiu entrelaçar seus dedos, seu
coração pulou uma batida quando sentiu um braço forte serpente ao redor
de sua cintura, observando o smoking preto que estava se tornando na
garota de cabelos escuros.
E então, após o mais
breve piscar de hesitação, começaram a dançar. Foi lento, no começo.
Eles manobraram com toda a cautela dos guerreiros não acostumados a
mover seus corpos juntos com tanta gentileza. Depois de alguns momentos
de aprendizado, elas estavam deslizando sem esforço, permitindo que a
garota mais alta assumisse a liderança. Elas giravam em círculos
apertados e controlados, pisando com uma harmonia que ela não havia
antecipado. Ela deixou a dança falar palavras que ela não podia, nunca
deixando seus olhos se desviarem da expressão de calor que Blake estava
dando a ela.
A garota mais alta
levantou as mãos unidas, sinalizando a garota de cabelos brancos para
girar. Weiss obedeceu, sentindo o vestido azul girar em torno de suas
pernas enquanto ela se voltava para os braços do fauno. A mão que antes
segurava um ombro largo pousou na lapela de Blake, diminuindo a dança
para um balanço suave enquanto seus olhares se reconectavam.
Naquele momento, Weiss
se esqueceu, segurando o tecido sob seus dedos suavemente trêmulos
enquanto uma súbita onda de desespero tomava conta dela. Ela se inclinou
mais perto, apenas o suficiente para deixar a frente de seus corpos
roçarem um no outro, o coração latejando em seus ouvidos quando ela
percebeu o quão perto ela estava de cair. Os olhos que ela observava
cuidadosamente traíam um lampejo de relutância, orelhas negras de
felinos se abaixando. A expressão chamou Weiss de volta ao presente com
pressa, enquanto se lembrava de que nenhuma quantidade de anseio poderia
apagar sua posição social radicalmente oposta.
O lembrete não era novo,
mas sim particularmente profundo, dada sua proximidade. Assim que ela
estava prestes a remover a mão, ela sentiu os dedos fecharem os seus,
segurando-a contra o peito de Blake com um aperto firme e apagando
qualquer compulsão para soltar. A garota mais alta se inclinou para a
frente, apenas o suficiente para unir suas testas. Sua respiração
engatou no toque, na determinação que inundou os olhos de Blake com toda
a rapidez de uma cascata.
Não foi o suficiente.
Mesmo quando o calor correu para o rosto dela, Weiss sabia que não podia
voltar atrás. O silêncio se esticou e se esticou antes de romper as
costuras com uma pergunta sussurrada.
- Posso te beijar? - perguntou.
-Sim - Blake respirou sem pausa.
Seus lábios se
encontraram com uma ternura que Weiss nunca imaginara ser possível, um
veludo quente roçando sua boca fria. A sensação ameaçava derrubá-la
novamente, mas a mão espalmada sobre a pele macia de suas costas lhe
dava toda a força que precisava para manter-se ereta. O alívio inundou
cada membro quando ela afundou no beijo, perdendo-se no movimento, o
sabor doce, o calor suave de um corpo quente pressionando mais perto do
dela.
Ela deixou Blake encher seus sentidos, banindo todas as dúvidas, perdendo-se completa e completamente na outra garota.
E quando se separaram,
suas pálpebras se abriram, saudadas pela visão de Blake sorrindo para
ela com um calor que rivalizava com os raios de sol, olhos dourados
brilhando com o que Weiss só podia chamar de amor.
The End.
Comentários
Postar um comentário