Quem terá o afeto de Akko?
Sucy não se encolheu quando a porta se abriu, quebrando o silêncio do dormitório vermelho da equipe.
—Com licença— veio uma voz familiar, mas indesejável. Tudo o que Sucy pôde fazer foi soltar um gemido suave enquanto segurava um cilindro graduado ao nível dos olhos, certificando-se de que tinha a quantidade adequada de solução. Era raro que ela tivesse o dormitório só para si, e ter esse tempo interrompido fervia seu sangue.—Com licença—a voz voltou, mais alta desta vez. Alguns passos se aproximaram por trás. Sucy colocou o cilindro na mesa e olhou por cima do ombro. Encontrou-se encontrando olhos azuis gelados, sobrancelhas viradas para ela, como se Sucy fosse a culpada, como se fosse ela quem estava invadindo seu próprio dormitório.
— Estou trabalhando, Diana.—Embora fosse necessária toda a sua força de vontade para conter os inúmeros insultos na ponta da língua, a voz de Sucy permaneceu fria e direta enquanto ela falava.
— Peço desculpas pela invasão, mas queria falar com você, Sucy. É um ... assunto delicado. — Diana falou com um tom calmo, apesar de sua expressão e postura permanecerem severas. Ela manteve contato visual com os braços cruzados sobre o peito.
Essa não era a preocupação de Sucy. O que ela não entendeu foi por que Diana, de todas as pessoas, gostaria de conversar com ela pessoalmente. Ela estreitou os olhos.
—É sobre Akko, não é?—pergunta mesmo já sabendo a resposta.
O rosto agora corado de Diana se suavizou por um momento.
—Bem, sim…— ela admitiu enquanto se endireitava novamente. Sucy reprimiu uma risada, mas ainda deu um pequeno bufo. Ver a loira perder a compostura, por mais breve que fosse, foi uma vitória para ela. Era inegável que Diana e Akko estavam muito próximos agora, mas era um sentimento que Sucy ainda não tinha compartilhado com sua colega de quarto. Ela aproveitou a oportunidade para se levantar da cadeira e encarar Diana mais diretamente, sem interromper o contato visual. Mesmo quando ela não estava relaxada, Diana tinha alguns centímetros em Sucy. Ela engoliu em seco antes de falar.
—Olha, Cavendish. Eu já percebi o jeito que você olha para ela ultimamente. Você está interferindo. Eu tenho uma conexão com Akko que você só poderia esperar ter.— Sucy riu de seu próprio comentário.
Um momento de breve silêncio passou. Diana não se encolheu. Em vez disso, inclinou-se para a frente, acentuando a altura que tinha sobre Sucy.
—É assim mesmo? E aqui estava eu a impressão de que ela a abandonou para garantir que tomei o curso de ação que me deixou mais feliz.— Ela colocou a mão sobre o coração e deu alguns passos para trás. —Para sempre serei grata a ela.— Diz a herdeira Cavendish
Sucy suspirou quando voltou à sua habitual postura caída.
— Eu pensei que você estivesse acima de um ciúme insignificante— Disse ela com uma risada, piscando os dentes para Diana. —Não como se você a merecesse de qualquer maneira. Não depois do jeito que você a tratou por meses, sem desculpas.— Diz Sucy para a garota a sua frente.
Diana levou a mão ao queixo, franzindo a testa.
—Eu poderia dizer o mesmo sobre você. Ela me contou bastante sobre os 'experimentos' que você realiza nela. — Diana bravejou com sua colega de classe.
Antes que Sucy pudesse dar uma resposta contundente, a porta se abriu novamente.
—Oh! Oi, Diana! — Veio a voz daquele que todo esse argumento havia terminado. Akko e Lotte entraram na sala juntos, de mãos dadas. Diana e Sucy estavam de olho nela quando Akko levou a mão de Lotte aos lábios e a beijou gentilmente. Lotte deu uma gargalhada.
Sucy levou um momento antes que ela se sentisse capaz de falar novamente.
—Akko! Lotte! Onde você estevam?— pergunta Sucy a suas duas colegas de quarto.
—Nós saímos para almoçar juntos—Lotte jorrou quando Akko se inclinou para pressionar outro beijo em sua bochecha.
—Vocês duas ...?—Foi tudo o que Diana conseguiu fazer.
—Sim!— Akko sorriu. —Você quer dizer que não sabia? Começamos a namorar há algumas semanas. — A bruxa japonesa sorri. —Por que você está aqui, Diana?— pergunta.
—Eu ...—Diana lutou para encontrar palavras. —Isso não é importante.— Sua voz estava desanimada quando ela olhou para o chão, os olhos focados em nada em particular.
Akko levantou uma sobrancelha, mas voltou sua atenção para Lotte, parando um momento para olhá-la de cima a baixo.
—Ei, onde está o seu livro Night Fall?— Perguntou
—Acho que devo ter deixado na cafeteria por engano. —Lotte coçou a bochecha. —Nós devemos buscá-lo. Espero que ainda esteja lá.— Diz a loira.
Em um momento, Akko e Lotte deixaram o dormitório novamente, mas mesmo através da porta fechada, Diana e Sucy puderam ouvir a conversa abafada enquanto ela continuava pelo corredor. Depois que se foi, as duas ficaram em silêncio perplexo.
— Mas que merda— Diana murmurou.
—Nunca pensei que eu ouviria você falando um palavrão.— Sucy deu de ombros e voltou para a cadeira. Ela nunca foi de expressar emoções, mas agora precisava se distrair da dor no peito. Era melhor para ela voltar ao trabalho. Ela não tinha energia para chutar Diana para fora da sala neste exato momento.
O silêncio entre elas ficou muito estranho
The End.
(Por qual razão coloquei a capa akkoxlotte? Trollei)
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